Cidades

Funkeiros pedem paz em ato contra bailes de corredor

Ato reuniu amantes do gênero musical no centro de Niterói. Foto: Pedro Conforte

Funkeiros amantes dos "bailes da antiga" se reuniram na tarde desta sexta-feira (20), na Praça Arariboia, no centro de Niterói, para promover um ato a favor da prática dos "bailes do bem" e contra os chamados "bailes de corredor", muito popular no final dos anos 90 e que acabam em brigas e confusões. No último domingo, dia (8) de novembro, uma pessoa acabou morrendo enquanto participava de um desses bailes, no Rio.

Cerca de 100 pessoas participaram da manifestação que reuniu integrantes de associações de funk antigo de Niterói, São Gonçalo, Maricá e Itaboraí. A ideia, segundo os organizadores, é tirar a imagem da violência e não generalizar o gênero cultural, muito popular entre os frequentadores dos bailes do bem.

"Esses bailes de corredor são só violência, não é diversão, não é baile. Nossos eventos têm data e hora para terminar, além de que os frenquentadores são muitas famílias, crianças, e pessoas que não são a favor desse tipo de prática [violenta]. Somo contrários aos bailes de corredor porque na nossa concepção não podemos ser associados a eles", explica Wabderson de Souza, presidente da associação de funk antigo União de Niterói.

Com faixas dissociando o gênero das práticas violentas e camisas dos movimentos, os integrantes participaram, pacificamente, do ato. Ainda de acordo com integrantes, o movimento dos bailes antigos proporciona diversão até mesmo a outras pessoas de comunidades rivais, antes proibidos de frequentarem os eventos.

"A gente visa o funk em primeiro lugar. Fomos muito prejudicados com a volta desses bailes de corredor. Nossos eventos são solidariedade, família e totalmente contra esses atos de violência que, pra mim, são atos de vandalismo contra nossa ideologia de paz. Através do funk, vamos a lugares que não podíamos antigamente. Prezamos a união das comunidades", completa o DJ da União de Niterói, Fábio Magalhães, de 38 anos.

O MC Marcelo da Cyclone: temor de perder o espaço conquistado. Foto: Pedro Conforte

O MC Marcelo da Cyclone, há 30 anos promovendo a bandeira do gênero das antigas no Rio, teme perder o espaço depois de muito tempo conquistado.

"Não tinhamos alegria e acabamos consquistando esse espaço de volta. Não queremos perder o nosso lazer por causa de pessoas ruins", conta.

Mulheres

Integrante do grupo feminino Guerreiras da Antiga, criado há três anos, Ana Paula Innecco, a Xuxa, diz que o movimento é formado por mulheres de todos os lugares e que repudia todo tipo de violência do gênero.

"Vejo como positiva essa iniciativa de dissociar os bailes violentos dos nossos porque são bailes da família, sem qualquer tipo de violência".

Ana Paula Innecco, integrante do Guerreiras da Antiga.
Força feminina: Claudiane Oliveira, 35, integrante da União de Niterói. Fotos: Pedro Conforte
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